COPA LIBERTADORES
No Mineirão, Galo conquista título inédito da Libertadores nas cobranças de pênaltis
Atlético derrota Olimpia nos pênaltis, por 4 a 3, e levanta troféu
mais importante dos 105 anos. Em dezembro, time alvinegro estará no
Mundial de Clubes em Marrocos
Vicente Ribeiro - Superesportes
Publicação:
25/07/2013 00:36
Atualização:
25/07/2013 04:02
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Capitão Réver ergueu a taça inédita da Libertadores atleticana e entrou para a história |
Foi
sofrido, mas a Copa Libertadores de 2013 tinha que ser do Atlético.
Time que superou várias dificuldades, momentos de instabilidade e muita
pressão contrária. Mas sempre contou com o apoio de uma nação, para dar
a volta por cima. E a união mais uma vez funcionou. O Atlético
derrotou o Olimpia por 2 a 0 no tempo normal, nesta quarta-feira, no
Mineirão, e faturou o título nos pênaltis, depois de empate sem gols na
prorrogação. O Galo converteu todas as cobranças, com Alecsandro,
Guilherme, Leonardo Silva e Jô. Miranda e Gimenez desperdiçaram. Victor
pegou a primeira delas e foi, de novo, o herói. Festa da massa no novo
caldeirão alvinegro, o Gigante da Pampulha.
Depois de 105 anos, em 2013 o Galo
coroou a rica história conquistando a América. Mais um capítulo da saga
alvinegra, com muito sofrimento da torcida, dessa vez recompensada com
a taça inédita, que põe o time alvinegro na rota das grandes
competições. No fim do ano, em dezembro, será o representante do
continente no Mundial Interclubes, no Marrocos.
O título, que
ficou em xeque depois da derrota por 2 a 0 no primeiro duelo contra o
Olimpia, em Assunção, na semana passada, veio em mais uma jornada
sofrida, de grande determinação dos jogadores – e orações do técnico
Cuca à beira do campo. Com muita raça e disposição, o Galo deu a volta
por cima em casa, em um Mineirão lotado, com quase 60 mil presentes. No
fim, a festa completa, com o triunfo nos pênaltis, depois de 2 a 0 no
tempo regulamentar, gols de Jô e Leonardo Silva, ambos no segundo
tempo.
A torcida deu um show à parte. Jamais desacreditou, nem
mesmo com o empate sem gols no primeiro tempo. Os gritos de ‘Eu
acredito’ impediram qualquer desconfiança. Mais uma peça importante e
emblemática da vitoriosa campanha alvinegra na Libertadores de 2013,
marcada por percalços a serem superados – como diz o eterno hino
escrito por Vicente Motta, 'Lutar, Lutar, Lutar'. E isso o Galo soube
fazer como ninguém nesta competição.
O grande jogoOs
jogadores entraram em campo saudados com um mosaico espetacular
preparado pela torcida, com a frase emblemática “Yes, We CAM”. O clima
era todo favorável, apoio incondicional da apaixonada massa, que
transformou o Mineirão em um verdadeiro caldeirão, lembrando o
Independência. Mas seria duro superar um rival tradicional como o
Olimpia, ainda mais com a vantagem de dois gols do time paraguaio,
construída em Assunção.
O Galo começou o jogo sufocando o
Olimpia, aproveitando o empurrão da torcida. Na primeira oportunidade,
Diego Tardelli chutou cruzado pela direita e a bola passou por todos os
atacantes, sem que ninguém concluísse. O suficiente para agitar a massa,
que gritava ‘Eu acredito’. Em seguida, Ronaldinho arriscou o chute e o
goleiro deu rebote, mas logo se recuperou.
Experiente, o time
paraguaio se precavia na defesa, sem dar espaço aos atleticanos. E
jogava por uma bola no contra-ataque. Por muito pouco o goleiro Victor
não foi vazado quando Bareiro recebeu sozinho pela esquerda, mas chutou
fraco e o camisa 1 do Galo evitou o que seria um desastre logo no
começo.
Diante de um adversário bem fechado na defesa,
congestionando o meio-campo e marcando as principais peças ofensivas, o
Atlético precisava sair mais pelas laterais. Mas só o fez com Michel,
que apareceu em bons cruzamentos, não aproveitados pelos atacantes. Pela
esquerda, Junior Cesar cuidou exclusivamente da marcação.
Alguns
jogadores, como Bernard, tinham muita dificuldade para superar a
marcação. Ronaldinho era outro vigiado de perto por Aranda, mas tentou
levar o time à frente. Só que o Olimpia tinha uma armadilha preparada e o
jogo se transformou em grande tensão para os atleticanos e a torcida. A
equipe visitante desperdiçou outra grande oportunidade com Alejandro
Silva, mas novamente entrou em ação Victor, para alívio da massa.
O
fim do primeiro tempo foi marcado por erros de passe e nervosismo do
Atlético, já que a dificuldade persistia. A torcida diminuiu um pouco o
entusiasmo, enquanto os fãs do Olimpia, até então tímidos no Mineirão,
passaram a agitar nas cadeiras.
Drama e emoção no fimO
Atlético voltou com uma mudança no segundo tempo. Pierre foi sacado
para entrada de Rosinei, até para dar mais movimentação ao time. A
torcida deu o recado na volta do intervalo, incentivando o Galo aos
gritos de ‘Eu acredito’. E o time da casa correspondeu logo no primeiro
minuto. Cruzamento da direita de Rosinei, Pittoni, que no jogo em
Assunção marcara o segundo gol em cobrança de falta nos acréscimos,
dessa vez foi vilão. Ele furou e a bola sobrou limpa para Jô emendar no
canto direito:
1 a 0.
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Jô marcou o primeiro do Galo e se tornou o artilheiro da Libertadores com sete gols |
O
Mineirão se transformou em uma grande festa. O gol animou o Atlético,
que continuou em cima, embalado pela massa. A pressão aumentou e o
segundo quase veio em cabeçada de Leonardo Silva, que tocou no
travessão. Depois, o defensor voltou a aparecer ao testar para
intervenção salvadora de Martin Silva. Cuca mexeu novamente, trocando
Michel por mais um homem de área, Alecsandro.
O Atlético foi ao
desespero depois de cruzamento de Junior Cesar, que Tardelli pegou de
primeira e a bola bateu em um adversário. Os jogadores correram em
direção ao árbitro para cobrar a penalidade, mas nada foi marcado. A
última cartada de Cuca foi a entrada de Guilherme, na vaga de Diego
Tardelli, no momento em que a torcida pedia por Luan.
Na base da
garra e com a torcida cantando junto, de forma heróica, marca registrada
na fase final da Libertadores, o Galo chegou ao segundo gol. Aos 41min,
Bernard cruzou da direita e Leonardo Silva testou no cantinho de Martín
Silva:
2 a 0. Torcida enlouquecida no Gigante da
Pampulha. O Olimpia não conseguiu nem respirar, já que o Atlético foi
para buscar o título no tempo normal. Nos acréscimos, Mazacotte segurou
Jô na área, mas o árbitro não marcou a penalidade clara. A decisão foi
para a prorrogação, com o Mineirão, literalmente, balançando.
Prorrogação sem golsA
prorrogação começou com a torcida acreditando cada vez mais na
conquista. E o Atlético foi junto com os gritos. Mas cadenciando mais a
partida, procurando o toque de bola, até para não se expor ao
contragolpe. Porém, as chances de gol surgiram a cada instante.
Primeiro, Réver cabeceou em cheio no travessão. Na sequência, Guilherme
cruzou e o goleiro mandou a escanteio. Depois, Josué arriscou o chute e
assustou o goleiro Martin Silva.
Veio o segundo tempo da
prorrogação. O Olimpia não queria jogo, ficou se defendendo, à espera de
uma chance. A pressão foi toda atleticana. Para aumentar o drama,
Bernard sofreu uma contusão e ficou em campo no sacrifício, já que Cuca
queimara as três substituições. A cada minuto, o nervosismo era maior.
Martin Silva exagerava na catimba, enquanto a torcida empurrava o Galo.
No fim, Alecsandro, livre, tocou por cima do goleiro, mas a zaga evitou o
que seria o título. Entretanto, a definição ficou para os pênaltis.
Atlético 4 x 3 OlimpiaMiranda chutou no meio do gol e Victor, adiantado, defendeu.
Alecsandro chutou alto no canto direito e marcou o primeiro.
Ferreira bateu no canto dirieito. A bola passou por baixo de Victor.
Guilherme bateu forte no canto esquerdo e marcou.
Candia cobrou no meio do gol e marcou.
Jô cobrou no canto esquerdo, deslocando o goleiro.
Aranda marcou ao cobrar firme no meio do gol.
Leonardo Silva bateu no canto esquerdo e conferiu.
Giménez chutou na trave e deu o título ao Atlético.
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Goleiro Victor defendeu a primeira cobrança do Olimpia e decidiu novamente o título |
FICHA TÉCNICAATLÉTICOVictor;
Michel (Alecsandro), Leonardo Silva, Réver e Junior Cesar; Pierre
(Rosinei), Josué, Ronaldinho Gaúcho, Diego Tardelli (Guilherme) e
Bernard; Jô
Técnico: Cuca
OLIMPIAMartin
Silva; Ricardo Mazacotte, Manzur, Hermínio Miranda e Candia; Wilson
Pittoni, Benitez, Aranda e Alejandro Silva (Gimenez); Salgueiro (Carlos
Baéz) e Bareiro (Ferreyra)
Técnico: Ever Hugo Almeida
Motivo: final da Copa Libertadores
Data e local: quarta-feira, 24 de julho, Mineirão
Árbitro: Wilmar Rondan (COL)
Auxiliares: Humberto Clavijo (COL) e Eduardo Ruiz (COL)
Cartões amarelos: Bernard, Luan (ATL) e Benitez, Manzur, Salgueiro (OLI)
Cartão vermelho: Benitez
Gol: Jô, 1, Leonardo Silva, 41min do 2tempo
Público: 56.557 (pagantes), 58.620 presentes
Renda: R$ 14.176,146