Torcedores invadem treino do Inter, pedem garra e agridem jornalistas

31/08/2012 16h20 - Atualizado em 31/08/2012 19h45

Colorados reclamam do momento do time. Vice de futebol Luciano Davi minimiza: 'Não vi nada de mais, nem vi ninguém ser tão agredido assim'

Por Tomás Hammes Porto Alegre

Torcedor coloca capuz para não ser identificado
(Foto: Wesley Santos / Gazeta Press)

Mais um dia de tensão no Inter. Após um torcedor discutir com o lateral Kleber no desembarque do clube na última quinta-feira, os colorados voltaram a demonstrar sua insatisfação com o momento da equipe. Um grupo de 60 torcedores invadiu as dependências do Beira-Rio em obras na tarde desta sexta-feira para protestar. Durante a manifestação, chegaram a agredir membros da imprensa.
A confusão principal começou quando os torcedores encontraram uma entrada para o campo do Beira-Rio, onde se localizava o Portão 8. Já em frente ao gramado, no espaço destinado à reforma do estádio, o grupo ficou indignado com a presença de dois jornalistas que fotografavam o episódio.
- Imprensa, não! Sem imagem!
O repórter do GLOBOESPORTE.COM foi agredido com dois socos, um no peito e outro no braço direito. Outro jornalista recebeu empurrões dos torcedores. Logo após a abordagem, os seguranças do clube se aproximaram e os protestantes deixaram o local.
Questionado, o vice-presidente de futebol Luciano Davi minimizou o incidente e até citou o futuro estádio do maior rival, o Grêmio. Depois, o dirigente foi conversar com os líderes da ação.
- Não vi nada de mais, nem vi ninguém ser tão agredido assim. Tem muita gente querendo nos derrubar, mas não vai conseguir. Precisamos estar fortes, juntos. A Arena do Grêmio está pronta. Todo estádio pronto eleva a estima. O nosso não está pronto ainda, vai ficar ano que vem. É preciso ter paciência.
No entanto, após alguns minutos, Davi pediu novo espaço nos veículos para dar uma nova versão sobre o ocorrido.
- Eu quero dizer que aprovo as manifestações, mas não pode haver violência - emendou.

Torcedores do Inter fazem protesto no Beira-Rio (Foto: Tomas Hammes / GLOBOESPORTE.COM)

Combinado por meio de redes sociais, o protesto começou por volta das 15h30h, quando estava programado o início do treino. Os colorados começaram a reclamar, ainda no antigo estacionamento da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). Os torcedores soltavam foguetes e gritavam palavras de ordem.
Já dentro do complexo, passaram por trás da Capela Nossa Senhora das Vitórias e mantiveram o protesto. Poucos metros depois, conseguiram entrar em uma parte do estádio que está aberta em razão das obras para a Copa de 2014, xingando o presidente Giovanni Luigi, e cantando a música “Seja mais guerreiro, isso é Inter, não é Grêmio”.
Após a agressão aos jornalistas, os manifestantes seguiram para a parte externa do Beira-Rio até a polícia os dispersar do complexo. Os jogadores só começaram os trabalhos às 16h40min.
O Inter é o sétimo colocado, com 31 pontos. Nos últimos 12 pontos disputados, venceu apenas um. Enfrenta, neste domingo, o Flamengo, no Beira-Rio. O técnico Fernandão está pressionado no cargo, apesar das insistentes entrevistas da direção, garantindo a sua permanência.